segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A loira e o taxista





Eai galera, beleza?

O taxista Marcos estava mais uma vez dirigindo o seu táxi pelas ruas de São Paulo. Em uma noite calma e uma enorme lua cheia no céu. Marcos estava muito cansado, em tempos de crise ele mais uma vez precisava fazer corridas extras durante a madrugada. Era meia noite, e ele estava muito cansado e seu carro passeava calmamente por uma rua tranquila da enorme metrópole. Quando de repente uma linda mulher surgiu bem a sua frente no meio da rua. Ele freou o carro muito rápido e ficou assustado. A mulher misteriosa estava sorrindo e bateu de leve no vidro do carro e disse:

- O senhor poderia me levar até minha casa?

- Sim pode entrar. - pediu Marcos. A mulher entrou no carro enquanto Marcos perguntava: - Me diz uma coisa? O que uma mulher como você faz andando sozinha nesse bairro perigoso a uma hora dessas?

- Eu estava caminhando pela cidade.- disse a mulher com um sorriso sarcástico. - Amo São Paulo. Queria morar aqui. Queria ficar livre. Não queria voltar... pro lugar onde eu moro.

- Mas onde você mora?

- Eu moro em lugar terrível.- disse ela com expressão nostalgica.- Todas as noites. Na data de meu aniversário, eu ganho a permissão para caminhar pela cidade.

Marcos sentiu um calafrio. Mas ele nem imaginava que coisas estranhas estavam para acontecer durante aquela corrida. Quando passou em frente uma enorme praça, a mulher misteriosa pediu para que Marcos parasse o veículo.

- Moça! Esse lugar é perigoso á noite.

- Por favor. Eu só quero parar aqui por alguns minutos. Antes de eu precisar voltar para o lugar horrível onde eu moro.

Os dois desceram do táxi. E ela abriu os braços e começou a rodar cheia de emoção.

- Eu simplesmente amo essa praça. Tem uma brisa gostosa. Essa lua linda no céu. Onde eu moro não tem nada disso. Não tem lua, não tem brisa, não tem nada lindo.

- Onde é que você mora?- perguntou o taxista que estava ficando nervoso enquanto voltavam para o táxi.

- Você nunca ia entender. Eu fiz coisas terríveis. E agora eu pago por meus pecados em um lugar terrível.

Eles entraram no carro e a noite estava muito estranha. Enquanto andavam pela cidade, a mulher pedia para Marcos parar o carro em muito lugares. A mulher não queria que o passeio de táxi acabasse. Era como se estivesse prolongando o passeio pois estava com medo do destino final.

Enquanto andavam, Marcos começou a afeiçoar-se pela mulher. Começou a ter o instinto paternal. A mulher parecia tão feliz e tão cheia de vida naquela noite. Mas tinha algo estranho. Parecia que a muito tempo ela não tinha a oportunidade de apreciar uma simples corrida de táxi. A mulher misteriosa parecia uma criança diante de um presente de natal ou um doce.

- Bom. -disse ela. - Agora eu tenho que voltar.- disse com o olhar cheio de temor.

A mulher disse aonde ficava a sua casa. Marcos ficava cada vez mais nervoso com o mistério que a loira fazia.

- Mas eu nem perguntei seu nome.- disse.- É que essa noite foi tão estranha que nem nos apresentamos. Meu nome é Marcos.

- E o meu nome é Laura. Laura Fonseca. - disse ela com ar misterioso.

- Sabe. Eu gostei de você.- disse Marcos sorrindo.- Você parece ser tão feliz de uma forma tão estranha. Adorei o seu jeito. Não vou cobrar a corrida.

- Chegamos.- disse ela com muita tristeza.

Eles estavam na frente de um enorme cemitério. Os grandes portões de ferro erguiam-se exibindo uma enorme quantidade de velhos túmulos e tumbas erguendo-se em meio uma escuridão silenciosa. O taxista sentiu um calafrio percorrer todo o seu corpo.

- Moça você mora por aqui?- perguntou ele com o olhar aterrorizado.- Aqui?

- Sim.- disse ela.- Muito obrigada. Essa noite foi ótima.- e saiu do carro.

- Adeus.- disse ele sentindo algo muito estranho. Mas a mulher já havia sumido. Nas próximas semanas, Marcos não pode deixar de pensar na mulher misteriosa. Quem era ela? Porque morava próximo aquele cemitério? Porque estava muito feliz de uma forma tão exagerada e estranha? Ele decidiu então que ia voltar até o local onde tinha deixado a mulher. Quando chegou até o cemitério, ele sentia algo estranho no ar, uma sensação muito ruim. A porta do cemitério estava praticamente aberta. Ele decidiu que ia entrar e perguntar para quem cuidava do local a respeito da mulher de preto.

- Ela se chama Laura. Ela mora nas proximidades.- completou o taxista para o homemzinho que cuidava do cemitério.

- Não conheço ela não senhor.

Indignado, Marcos começou a caminhar pelo cemitério. Quem era aquela mulher. Ele sentou-se em uma lápide. Já estava querendo voltar para casa e esquecer tudo isso, quando decidiu que ia dar uma olhada no túmulo em que estava sentado. Mas naquele instante seu coração pulou de terror. Ele não acreditava no que via. Seu coração batia muito rápido. Seus olhos viram a foto da loira em preto e branco presa ao lado das inscrições: Laura Fonseca, jaz em 10 de Junho de 1957. Então ele finalmente percebeu que a loira para quem ele tinha feito a corrida era um fantasma. E que sua casa, para onde não queria voltar, era o purgatório.

Essa lenda hein?

Tchau, até a próxima!

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